domingo, 3 de junho de 2007

História do Ballet Clássico

A história do ballet começou há 500 anos atrás na Itália.
Nessa época os nobres italianos divertiam seus ilustres visitantes com espetáculos de poesia, música, mímica e dança. Esses divertimentos apresentados pelos cortesãos eram famosos por seus ricos trajes e cenários muitas vezes desenhados por artista célebre como Leonardo da Vinci.

O primeiro ballet registrado aconteceu em 1489, comemorando o casamento do Duque de Milão com Isabel de Árgon.

Os ballets da corte possuíam graciosos movimentos de cabeça, braços e tronco em pequenos e delicados movimentos de pernas e pés, estes dificultados pelo vestuário feito com material e ornamentos pesados.

Era importante que os membros da corte dançassem bem e, por isso, surgiram os professores de dança que viajavam por vários lugares ensinando danças para todas as ocasiões como: casamento, vitórias em guerra, alianças políticas, etc.

Quando a italiana Catarina de Medicis casou com o rei Henrique II e se tornou rainha da França, introduziu esse tipo de espetáculo na corte francesa, com grande sucesso.

O mais belo e famoso espetáculo oferecido na corte desses reis foi o "Ballet Cômico da Rainha", em 1581, para celebrar o casamento da irmã de Catarina. Esse ballet durava de 5 a 6 horas e fez com que rainha fosse invejada por todas as outras casas reais européias, além de ter uma grande influência na formação de outros conjuntos de dança em todo o mundo.

O ballet tornou-se uma regularidade na corte francesa que cada vez mais o aprimorava em ocasiões especiais, combinando dança com música, canções e poesia e atinge ao auge de sua popularidade quase 100 anos mais tarde através do rei Luiz XIV.

Luiz XIV, rei com 5 anos de idade, amava a dança tronou-se um grande bailarino e com 12 anos dançou, pela primeira vez, no ballet da corte.

A partir daí tomou parte em vários outros ballets aparecendo como um deus ou alguma outra figura poderosa.

Seu título “REI SOL", vem do triunfante espetáculo que durou mais de 12 horas.

Este rei fundou em 1661, a Academia Real de Ballet e a Academia real de Música
e 8 anos mais tarde, a escola Nacional de Ballet.

O professor Pirre Beauchamp, foi quem criou as cinco posições dos pés, que se tornaram a base de todo aprendizado acadêmico do Ballet clássico.

A dança se tornou mais que um passatempo da corte, se tronou uma profissão
e os espetáculos de ballet foram transferidos dos salões para teatros.

Em princípio, todos os bailarinos eram homens, que também faziam os papéis femininos, mas no fim do século XVII, a Escola de Dança passou a formar bailarinas mulheres, que ganharam logo importância, apesar de terem seus movimentos ainda limitados pelos complicados figurinos. Uma das mais famosas bailarinas foi Marie Camargo, que causou sensação por encurtar sua saia, calçar sapatos leves e assim poder saltar e mostrar os passos executados.

Com o desenvolvimento da técnica da dança e dos espetáculos profissionais, houve necessidade do ballet encontrar, por ele próprio, uma forma expressiva, verdadeira, ou seja, dar um significado aos movimentos da dança. Assim no final do século XVIII, um movimento liderado por Jean-Georges Noverre, inaugurou o "Ballet de Ação", isto é, a dança passou a ter uma narrativa, que apresentava um enredo e personagens reais, modificando totalmente a forma do Ballet de até então.

O Romantismo do século XIX transformou todas as artes, inclusive o ballet, que inaugurou um novo estilo romântico onde aparecem figuras exóticas e etéreas se contrapondo aos heróis e heroínas, personagens reais apresentados nos ballets anteriores.

Esse movimento é inaugurado pela bailarina Marie Taglioni, portadora do tipo físico ideal ao romantismo, para quem foi criado o ballet "A Sílfide", que mostra uma grande preocupação com imagens sobrenaturais, sombras, espíritos, bruxas, fadas e mitos misteriosos: tomando o aspecto de um sonho, encantava a todos, principalmente pela representação da bailarina que se movia no palco com inacreditável agilidade na ponta dos pés, dando a ilusão de que saía do chão. Foi "A Sífilde" o romantismo o primeiro grande ballet romântico que iniciou o trabalho nos sapatos de ponta.

Outro ballet romântico, "Giselle", que consagrou a bailarina Carlota Grisi, foi a mais pura expressão de período romântico, além de representar o maior de todos os testes para a bailarina até os dias de hoje.

O período Romântico na Dança, após algum tempo, empobreceu-se na Europa, ocasionando o declínio do ballet. Isso, porém, não aconteceu na Rússia, graças ao entusiástico patrocínio do Czar. As companhias do ballet Imperial em Moscou e São Petersburgo (hoje Leningrado), foram reconhecidas por suas soberbas produções e muitos bailarinos e coreógrafos franceses foram trabalhar com eles. O francês, Mauris Petipa, fez uma viagem à Rússia em 1847, pretendendo um passeio rápido, mas também se tornou coreógrafo chefe e ficou lá para sempre. Sob sua influência, o centro mundial da dança transferiu-se de Paris para São Petersburgo. Durante sua estada na Rússia, Petipa coreografou célebres ballets, todos muito longos (alguns tinha 5 ou 6 atos) reveladores dos maiores talentos de uma companhia.

Cada ballet continha danças importantes para o Corpo de Baile, variações brilhantes para os bailarinos principais e um grande pas-de-deux para primeira bailarina e seu partner.

Petipa sempre trabalhou os compositores e foi Tchaicowsky que ele criou três dos mais Importantes ballets do mundo: a "Bela Adormecida", o "Quebra-Nozes" e o "Lago dos Cisnes".

O sucesso de Petipa não foi eterno. No final do século ele foi considerado ultrapassado e mais uma vez o ballet entrou em decadência. Chegara o momento para outra linha revolucionária, desta vez por conta do russo Serge Diaghilev, editor de uma revista de artes que, junto com amigos artistas estava cheio de idéias novas pronto para colocá-las em prática. São Petersburgo, porém não estava pronta para mudanças e ele se decidiu por Paris, onde começou por organizar uma exposição de pintores russos, que foi um grande sucesso. Depois promoveu os músicos russos, a ópera russa e finalmente em 1909 o ballet russo. Diaghilev trouxe para a audiência francesa os melhores bailarinos das Companhias Imperiais, como Ana Pavlova, Tamara Karsaviana e Vaslav Nijinsky e três grandes ballets sob direção de um jovem brilhante coreógrafo Michel Fokine, a quem a crítica francesa fez os melhores comentários.

Os russos foram convidados a voltar ao seu país em 1911e Diaghilev formou sua própria Companhia, o "Ballet Russo", começando uma nova era no ballet.

Nos dezoito anos seguintes, até a morte de Diaghilev, em 1929, o Ballet Russo encantou platéias na Europa e América, devendo a sua popularidade à capacidade do seu criador em descobrir talentos novos, fragmentando-se depois por todo o mundo.

Na sua longa história, o ballet tomou muitas direções diferentes e, por ser uma arte muita viva, ainda continua em mutação.

Mas, apesar das novas danças e das tendências, futuras existe e existirá sempre um palco e uma grande audiência para os trabalhos tradicionais e imortais.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Dança de Salão

História da Dança de Salão

As primeiras danças sociais, como eram chamadas as danças em casais, surgiram no séc. XIV. Eram a base dance (1350-1550) e o pavane (1450-1650), dançadas exclusivamente por nobres e aristocratas. Nos sécs. XIV e XVII a Inglaterra foi berço da contradanse, também só dançada pela Corte.

A popularização das danças sociais deu-se em 1820 através do Minueto, desenvolvendo-se o cotillos e a quadrille. Já no início do séc. XIX ocorreram rápidas transformações no estilo de dançar. O minueto e a quadrille desapareceram e a Valsa começou a ser introduzida nos sofisticados salões de baile. Logo, a polka e, no início do nosso século, o two-step, one-step, fox-trot e tango, também invadem os salões. A dança social passa então a ser chamada de Ballroom Dancing.

As primeiras documentações sobre Ballroom Dancing foram editadas pela Imperial Society of Teachers of Dancing. Profissionais ingleses percorreram vários países para encontrar a síntese de cada ritmo, codificando a forma de dançá-los e a maneira ideal de ensiná-los. Foram os ingleses que criaram as primeiras competições, hoje populares mundialmente, com grandes presenças de duplas americanas, canadenses, alemãs, francesas, escandinavas e japonesas.

No Brasil a dança de salão foi introduzida em 1914, quando a suíça Louise Poças Leitão, fugindo da I Guerra Mundial, aportou em São Paulo. Ensinando valsa, mazurca e outros ritmos tradicionais para a sociedade paulista, Madame Poças Leitão não imaginava que iria criar uma tradição tão forte, seguida por discípulos que continuariam a divulgar a dança de salão, entre elas o Núcleo de Dança Stella Aguiar.

No Rio de Janeiro a dança de salão cresceu nas mãos de Maria Antonietta, que, com várias correntes de professores, fazem o nosso bolero, samba no pé e samba de gafieira famosos no mundo todo.

Tango

História do Tango

O Tango nasceu nos fins do século XIX derivado das misturas entre as formas musicais dos imigrantes italianos e espanhóis, dos crioulos descendentes dos conquistadores espanhóis que já habitavam os pampas e de um tipo de batuque dos negros chamado "Candombe". Há indícios de influência da "Habanera" cubana e do "Tango Andaluz". O Tango nasceu como expressão folclórica das populações pobres, oriundas de todas aquelas origens, que se misturavam nos subúrbios da crescente Buenos Aires.
Numa fase inicial era puramente dançante. O povo se encarregava de improvisar letras picantes e bem humoradas para as musicas mais conhecidas, mas não eram, por assim dizer, letras oficiais, feitas especificamente para as músicas nem associadas definitivamente a elas.
Em público, dançavam homens com homens. Naqueles tempos era considerada obscena a dança entre homens e mulheres abraçados, sendo este um dos aspectos do tango que o manteve circunscrito aos bordéis, onde os homens utilizavam os passos que praticavam e criavam entre si nas horas de lazer mais familiar. Mais tarde, o tango se tornou uma dança tipicamente praticada nos bordéis, principalmente depois que a industrialização transformou as áreas dos subúrbios em fábricas transferindo a miséria e os bordéis para o centro da cidade. Nessa fase haviam letras com temática voltada para esses ambientes. São letras francamente obscenas e violentas.
Por volta de 1910 o Tango foi levado para Paris. Existem várias versões de como isso aconteceu. A sociedade parisiense da época em que as artes viviam o modernismo ansiava por novidades e exotismos. O tango virou uma febre em Paris e, como Paris era o carro chefe cultural de todo o mundo civilizado, logo o tango se espalhou pelo resto do mundo. A parcelas moralistas da sociedade condenavam o tango, assim como já haviam se colocado contra a valsa antes, por o considerarem uma dança imoral. A própria alta sociedade Argentina desprezava o tango, que só passou a ser aceito nos salões de alta classe pela influência indireta de Paris.
Em 1917 começaram a surgir variantes formais do Tango. Uma delas, influenciada pela romança francesa, deu origem ao chamado Tango-canção. Tangos feitos para musicar uma letra. A letra passa a ser parte essencial do tango e conseqüentemente, surgem os cantores de tango. O tango já não é feito exclusivamente para dançar. É considerado o primeiro - ou pelo menos mais marcante nessa transição - Tango-canção o "Mi Noche Triste" com uma letra que Pascoal Contursi compôs, em 1917, sobre uma música mais antiga chamada "Lita".
Nos cabarés de luxo da década de 1920, o tango sofreu importantes modificações. Os executantes não eram mais os pequenos grupos que atuavam nos bordéis, mas músicos profissionais que trouxeram o uso do piano e mais qualidade técnica e melódica.
Carlos Gardel já era um estrondoso sucesso em 1928. Sucesso que durou até 1935, quando faleceu vítima de um acidente de avião quando estava em pleno auge. Gardel cantava o tango em Paris, Nova York e muitas outras capitais do mundo, sempre atraindo multidões, principalmente quando se apresentava na América latina. Eram multidões dignas de Elvis Presley e Beatles. Também foi responsável pela popularização do tango estrelando filmes musicais de tango produzidos em Hollywood.
A década de 1940 é considerada uma das mais felizes e produtivas do tango. Os profissionais que haviam começado nas orquestras dos cabarés de luxo da década de 1920 estavam no auge de seu potencial. Nessa época as letras do tango passaram a ser mais líricas e sentimentais. A antiga temática dos bordéis e cabarés, de violência e obscenidades, era uma mera reminiscência. A fórmula ultra-romântica passa a caracterizar as letras: a chuva, a garoa, o céu, a tristeza do grande amor perdido. Muitos letristas eram poetas de renome e com sólida formação cultural.
A década de 1950 conta com a atuação revolucionária de Astor Piazzolla. Piazzolla rompe com o tradicional trazendo para complementar os recursos clássicos do tango influências de Bach e Stravinsky por uma lado, e por outro lado do Cool Jazz.
Nessa época o tango passa a ser executado com alto grau de profissionalismo musical, mas no universo popular a década de 1950 vê a invasão do Rock'Roll americano e as danças de salão passam a ser prática apenas de grupos de amantes. Na década de 1960, uma lei de proteção á música nacional Argentina já está revogada, e o tango que era ouvido diariamente nas rádios vai sendo substituídos por outros ritmos estrangeiros, enquanto as gravadoras já não se interessam mais pelo tango. A juventude não só pra de praticar o tango no lazer cotidiano como passa a ridicularizá-lo como coisa fora de moda. Com o desinteresse comercial das gravadoras, poucos grandes tangos foram compostos. Tem sido mais comuns, as releituras de antigos sucessos e reinterpretações modernizadas dos maiores sucessos dos primeiros tempos.
Hoje a crítica Argentina detecta um retorno do tango, cada vez mais freqüente em peças teatrais e cinematográficas. Em 1983 se apresentou em Paris uma inovação relativa aos espetaculosa planejados para o exterior: os casais de profissionais que integravam o elenco provinham da "milonga porteña". Era quebrada a imagem de bailarino acrobático.

Forró

Estou postando agora a história do Forró

História do Forró

Quem diria que um dia veríamos os jovens das grandes cidades brasileiras, acostumados a idolatrar artistas estrangeiros enlouquecidos por causa de um ritmo que até pouco tempo atrás sofria grande preconceito.....Pois, é isso o que está acontecendo com o forró, essa mistura “ altamente inflamável” de ritmos africanos e europeus que aportaram no Brasil no início do século. O nome “forró” já é controverso, pois, há quem diga que vem de “ for all” (em inglês “ para todos”) e que indicava o livre acesso aos bailes promovidos pelos ingleses que construíam ferrovias em Pernambuco no início do século; no entanto, há quem defenda a tese de que a palavra forró vem do termo africano “forrobodó”, que significa festa, bagunça. E se a própria palavra possui esta dupla versão para seu significado, imagine os ritmos que compõem o forró ! São tantos e tão diferenciados, que não deixam dúvida sobre de onde vem a extrema musicalidade do forró. Afinal, uma música que tem entre suas influências ritmos tão diversos como o baião, o xote, o xaxado, o coco, o vanerão e as quadrilhas juninas, só poderia mesmo originar uma dança que não deixa ninguém parado.

O baião, por exemplo, era dançado em roda e nasceu no nordeste do Brasil no século XIX.

Já o xote, tem sua origem no final do século XIX e é um ritmo de origem européia que surgiu nos salões aristocráticos da época da regência. E por aí, vai.

Mas, se são muitas e diferenciadas as influências musicais que deram origem ao forró e se há controvérsias quanto ao surgimento da própria palavra, há um ponto no qual todos concordam: se não fosse Luiz Gonzaga, o forró não teria caído no gosto popular e não seria o sucesso que é hoje. O “Velho lua”, como era conhecido, foi quem tirou o forró dos guetos nordestinos e apresentou-o para o público das outras regiões do país. Isso aconteceu em 1941 quando ele se inscreveu e venceu um concurso da Rádio Nacional que procurava novos talentos. Mas, antes de tocar no rádio, o Velho Lua amargou uma fase de pouco dinheiro e prestígio, animando a noite em prostíbulos e bares do Rio de Janeiro.

No entanto, depois de vencer o preconceito do diretor artístico da rádio, que o proibia até de usar as roupas típicas do caboclo nordestino e que seriam depois sua marca registrada, Luiz Gonzaga, foi aos poucos conquistando o país inteiro com seu forró. Por essas e outras, Luiz Gonzaga ficou conhecido nacionalmente como o “ Rei do Baião” consagrando de norte a sul do país e até no exterior, este ritmo que atualmente esquenta as noites de 9 entre 10 capitais do Brasil. Atualmente, o forró está novamente no auge do sucesso e vem conquistando adeptos entre os jovens e adolescentes de todo país. Esta procura por um ritmo que até pouco tempo, era visto com preconceito, está novamente mudando “ a cara” do forró.

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Zouk


Gosto muito da Dança, principalmente Dança de Salão

Na Dança de Salão gosto de todos os ritmos: Salsa, Samba, Zouk, Bolero, Forró, etc...

Estou colocando a História de um dos meus ritmos preferidos: Lambada-Zouk


História da Lambada e do Zouk


A Lambada é um ritmo eminentemente brasileiro resultante da fusão de ritmos já existentes
no Brasil como o forró, na região Nordeste e o carimbó, da região Amazônica,e outros
ritmos da América Latina como: a Cumbia e o Merengue. A Lambada veio descendo o
Nordeste até chegar às areias dePorto Seguro, cidade localizada ao sul do estado da Bahia.
Cercada por uma natureza quase inexplorada e habitada por um povo muito criativo e alegre,
estes elementos de ram à lambada a sensualidade e o vigor necessários para encantar o
mundo, a qual inicialmente era dançada nas areias das praias, em frente às barracas,
durante o dia e a noite,passando mais tarde para os salões.
De Porto Seguro veio para SãoPaulo,onde virou febre na cidade, mas teve a sua
consagração nacional após o grande sucesso,na França, do grupo Kaoma, em 1989,com
a música "Chorando se Foi" uma adaptação para a Lambada,feita pela cantora Márcia
Ferreira em parceria com José Ari, de um ritmo folclórico andino, a Saya, de autoria de
Ulisses,Gonzalo e Hermosa autores bolivianos.


A LAMBADA NO RIO DE JANEIRO

No final da década de 80 do século XX ,as pistas de dança foram invadidas por um novo
ritmo que assim como o maxixe mexeu com a moral da época: a lambada.
Esta dança explodiu no verão europeu de 1989. A música Llorando se fue era um sucesso
total, ocupando o primeiro lugar em várias paradas de sucesso em diversos países. Mesmo
desaparecendo das listas de sucesso,a lambada como dança,continua em desta que na
Bahia,onde independente da moda,permanece sendo dançada nas areias de Porto Seguro
dividindo espaço com o Axé music. A lambada como música saiu de moda cedendo lugar
para outros ritmos latinos ,mas a vontade de dançar de muitos simpatizantes daquele ritmo
não morreu com o enterro da mesma pelos disc jockeys.
A frase de nosso grande mestre de cerimônia Tio Piu, ex-diretor artístico da Ilha dos
Pescadores (Rio de Janeiro),encerra uma grande verdade:
"Enquanto o Lambadeiro viver a Lambada jamais morrerá".
Atualmente,temos a lambada sendo dançada ao som do zouk,ritmo este originário da
Martinica, cantado na sua maioria em creòle,dialeto francês,este ritmo é o que mais se
aproxima da nossa lambada,posto que esta última sofreu influências do zouk em sua
formação. Desde a época que estourou a lambada, o zouk já era executado em vários
países da Europa e América Central.
É um ritmo realmente fascinante,sua cadência enseja muito romantismo,principalmente
quando se trata do Zouk Love.O próprio nome já diz tudo:É uma verdadeira
"Festa do amor" ,é puro romantismo para nenhum Latin Lover botar defeito. A lascívia da
lambada cedeu lugar para a sensualidade refinada do zouk. Na Martinica ,assim como
em Guadeloupe foi criado para este ritmo uma dança.Aqui,no Brasil,primeiro chegou a
música e a tradução em termos de movimento ficou a cargo dos dançarinos que viram no
zouk uma possibilidade de manter a nossa Lambada viva.
Por sua estrutura melódica e harmônica diferenciada, a lambada de outrora sofreu
alterações incorporando novos passos,formas e dinâmicas diferentes.Surge então o
movimento zouk no Brasil.Muito forte em São Paulo,hoje em Belo Horizonte, Rio de
Janeiro e ganhando força novamente em Porto Seguro. Fundei o Clube do Zouk no Rio
com o objetivo de difundir este estilo musical e garan- tir aos antigos lambadeiros e
novos zoukeiros um espaço para nossos encontros visan do o desenvolvimento de uma
"nova" dança agora ao som do zouk love das antilhas francesas.Em 1993 iniciamos um
projeto denominado Intercâmbio Cultural de DançaRio-Porto
Seguro,onde trazíamos de Porto os melhores dançarinos do gênero,isso graças ao
apoio de um amigo,também amante do zouk,Júlio Cézar. Realizamos em 1994 o
I baile latino-americano em Botafogo com a participação especial de Bijagô,dj estran
geiro que em sua passagem pelo Brasil trouxe ao nosso conhecimen to o ritmo zouk
em sua versão portuguesa das ilhas de Cabo Verde. Hoje o Clube do Zouk trabalha
apoiando vários eventos que tenham em seus objetivos divulgar os ritmos quentes
(samba,forró,lambada,zouk,salsa) dentro e fora do Brasil.
Seu idealiza dor ,Luís Fernando de Sant'Anna (Lufe para seus amigos do Centro de
Dança Jaime Arôxa), escola por onde passou e ajudou a fixar o ritmo na mesma,não
deixando a Lambada morrer como assim intentou a mídia na época.
O apoio do Jaiminho foi fundamental; mesmo ainda recém chegado em sua escola,
deu-me a incumbência de continuar seu trabalho introduzindo as novidades da lambada
em sua academia. Incialmente fiquei assustado com o convite mas aceitei o desafio
e com a orientação do Jaime e o apoio e incentivo dos professores da escola planta
mos a semente da nova fase da lambada ao som do zouk. O Clube do Zouk é hoje uma
realidade graças aos amigos que prestigiam nossos eventos desde o início e sabem
do nosso esforço em tocar o que há de mais atual no cenário da música latina, africana
e caribenha.
Texto do Professor Luís Fernando de Sant'Anna - Fundador do Clube do Zouk.


LAMBADA_ ZOUK

"No início da década de 90 do século XX ,a salsa marcou presença em alguns
países da Europa,assim como em cidades dos Estados Unidos, aproveitando o estouro da
lambada,dança que deu origem a várias produções cinematográfica, graças à sensualidade
de seus movimentos e à força musical do Grupo Kaoma, que, reunindo com rara felicidade
os diversos rimos caribenhos,criou sucessos musicais que logo transforma ram-se em hits
tocados no mundo inteiro. Hoje, sete anos depois, observa-se que a salsa manteve-se
firme e forte na Europa,fazendo crescer o número de adeptos e de casas especializadas
em ritmos latinos.
Enquanto isso, a lambada perdeu o fôlego, passando a figurar apenas como modismo,
tanto que,atualmente, é praticada apenas por aman tes inveterados.
Também as casas noturnas européias perderam o interesse em tocá-la,executando-a
tão-somente a título de "flash back". Mesmo em festas particulares, hoje não há ânimo
para lembrar os antigos sucessos desse ritmo latino. No Brasil, a lambada migrou de
sua plenitude para um desconfortável ostracismo, sendo agora apresen tada num mix em
que se fazem presentes ritmos como kompa, soca, calipso, merengue (todos eles
aribenhos), mais forró,carimbó (brasileiros) e flamenco (cigano).
Inicialmente tocada em todas as regiões do país, hoje sobrevive apenas em algumas
cidades, como Rio, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Seguro, ainda assim por conta da
forte influência do zouk, considerado o ritmo mais completo do Caribe, uma vez que reúne
as mais belas e diferentes manifestações ritmicas do planeta.
O zouk - que significa festa - é uma dança praticada no Caribe, principalmente nas ilhas
de Guadalupe, Martinica e San Francisco, todas de colonização francesa. Já o zouk
praticado no Brasil difere daquele que se vê no Caribe, assim como da própria lambada,
pois entre nós sofreu influência de outras formas de dança.
O zouk é dançado com movimentos contínuos,que resultam num passeio em liberdade
melódica, com respiração nas pausas. Sua musicalidade e ritmo ensejam o romantismo e
a amizade, fortalecendo um dos mais gratificantes prazeres da vida, que é dançar."